quarta-feira, 4 de dezembro de 2019
I had no time to hate
I had no time to hate
Poem XXII de «Complete poems» de Emily Dickinson (1830-1886)
música de Pedro Rodrigues e coro da Achada
I had no time to hate, because
The grave would hinder me,
And life was not so ample I
Could finish enmity.
Nor had I time to love; but since
Some industry must be,
The little toil of love, I thought,
Was large enough for me.
quinta-feira, 28 de novembro de 2019
Não tenho medo, sabes
Não tenho medo, sabes
cânone de Pedro Rodrigues
texto: excerto da fala da Julieta de «Antes que a noite venha» de Eduarda Dionísio
Não tenho medo, sabes.
Não tenho medo, sabes.
Não afastes a noite de mim quando me olhares.
Hoje sou dona de mim
e daqueles em quem eu tocar.
Não quero perder a memória de nenhum gesto.
Tens tu de me ajudar.
Unadikum
Unadikum
Ahmad Kaabour (1975)
Refrão:
Unadikum
ashuddu ‘ala eyadikum
wa ebussu'l'arda
tahte ne‘alikum
wa equlu efdikum
ashuddu ‘ala eyadikum
wa ebussu'l'arda
tahte ne‘alikum
wa equlu efdikum
wa uhdikum deya ‘ayneyy
wa dif’el qalbi a‘tikum (bis)
wa dif’el qalbi a‘tikum (bis)
Fâ mâ’sati’lleti ahya
Nasibi min ma’sikum
wa uhdikum deya ‘ayneyy
wa dif’el qalbi a‘tikum
wa dif’el qalbi a‘tikum
Fâ mâ’sati’lleti ahya
Nasibi min ma’sikum
Nasibi min ma’sikum
Refrão
Âna ma huntu fi watani
wa la sagghartu ektafi (bis)
waqaftu bi wachi’zullamî
Yetimen ‘ariyen hafi
wa la sagghartu ektafi (bis)
waqaftu bi wachi’zullamî
Yetimen ‘ariyen hafi
Âna ma huntu fi watani
wa la sagghartu ektafi
wa la sagghartu ektafi
waqaftu bi wachi’zullamî
Yetimen ‘ariyen hafi
Yetimen ‘ariyen hafi
Refrão
Hameltu demi ‘ala kâffi
wa ma nakkestu a‘lami (bis)
wa suntu’l‘oshbe’l akhdara
Fawqa quburi eslafi
Hameltu demi ‘ala kâffi
wa ma nakkestu a‘lami
wa ma nakkestu a‘lami
wa suntu’l‘oshbe’l akhdara
Fawqa quburi eslafi
Fawqa quburi eslafi
Refrão
tradução inglesa:
UNADIKUM (I CALL ON YOU )
I call on you
I clasp your hands
I kiss the ground under your feet
And I say: I offer my life for yours
I give you the light of my eyes
as a present
and the warmth of my heart
The tragedy I live
is that I share your tragedies
I call on you
I clasp your hands
I was not humiliated in my homeland
Nor was I diminished
I stood up to my oppressors
orphaned, nude, and barefoot
I carried my blood in my palm
I never lowered my flags
I guarded the green grass
over my ancestor’s graves
I call on you
I clasp your hands
I clasp your hands
I kiss the ground under your feet
And I say: I offer my life for yours
I give you the light of my eyes
as a present
and the warmth of my heart
The tragedy I live
is that I share your tragedies
I call on you
I clasp your hands
I was not humiliated in my homeland
Nor was I diminished
I stood up to my oppressors
orphaned, nude, and barefoot
I carried my blood in my palm
I never lowered my flags
I guarded the green grass
over my ancestor’s graves
I call on you
I clasp your hands
quinta-feira, 25 de julho de 2019
Pois, é a vida
Pois, é a vida
Sérgio Godinho (do álbum Salão de Festas, 1984)
Pois, é a vida
pois, pois, pois é, pá
não há melhor
é o melhor que há
deseja que embrulhe
ou é pra viver já?
Deseja que embrulhe
ou é pra
viver já
Botaram tanta fumaça
Botaram tanta fumaça
Tom Zé (1973)
Botaram tanto lixo
por baixo da consciência da cidade,
que a cidade
tá, tá tá tá tá
com a consciência podre.
Botaram tanto lixo, botaram tanta fumaça
Botaram tanta fumaça
por cima dos olhos dessa cidade,
que essa cidade
tá, tá tá tá tá
está com os olhos ardendo.
Botaram tanto lixo, botaram tanta fumaça
Botaram tanto metrô e minhocão
nos ombros da cidade,
que a cidade
tá, tá tá tá ta.
Está cansada,
sufocada,
está doente,
tá gemendo
de dor de cabeça,
de tuberculose,
tá com o pé doendo,
está de bronquite,
de laringite,
de hepatite,
de faringite,
de sinusite,
está de meningite.
Está, se...
ta tá tá tá tá
com a consciência podre.
Botaram tanto lixo, botaram tanta fumaça
Botaram tanta preocupação
nos miolos da cidade
que a cidade
tá, tá tá tá tá
está de cuca quente.
A cidade e as merdas
A cidade e as merdas
música de Torna a
Surriento
letra de Pedro Rodrigues
1
Vai-se a cidade entregando
Desocupam-se os lugares
Não é para tu morares
É só pró lucro lucrar
2
Mas como é que a gente
vive
Sem cantinas sociais
Creches, casas, hospitais
E jardins pra descansar?
3
Mas como é que a gente
vive
Se o que manda é o
dinheiro
A penar o mês inteiro
Para a renda se pagar...
4
Ó cidade, tu
Tens de te revoltar
Ou vou-me embora...
Vou a...campar!
Erguem-se muros
Erguem-se muros
Música: Adriano Correia de Oliveira
(gravações no EP Menina dos Olhos Tristes, 1969 e no LP Adriano Correia de Oliveira, 1973 )
Letra: António Ferreira Guedes (1964)
Erguem-se muros em volta
do corpo quando nos damos
amor semeia a revolta
que nesse instante calamos
Semeia a revolta e o dia
cobrir-se-á de navios (bis)
há que fazer-nos ao mar
antes que sequem os rios
Secos os rios a noite
tem os caminhos fechados (bis)
Há que fazer-nos ao mar
ou ficaremos cercados
Amor semeia a revolta
antes que sequem os rios...
Música: Adriano Correia de Oliveira
(gravações no EP Menina dos Olhos Tristes, 1969 e no LP Adriano Correia de Oliveira, 1973 )
Letra: António Ferreira Guedes (1964)
Erguem-se muros em volta
do corpo quando nos damos
amor semeia a revolta
que nesse instante calamos
Semeia a revolta e o dia
cobrir-se-á de navios (bis)
há que fazer-nos ao mar
antes que sequem os rios
Secos os rios a noite
tem os caminhos fechados (bis)
Há que fazer-nos ao mar
ou ficaremos cercados
Amor semeia a revolta
antes que sequem os rios...
quarta-feira, 2 de janeiro de 2019
Chula da Póvoa
Chula da Póvoa
Zeca Afonso
LP Com as Minhas Tamanquinhas,
1976
Em Fevereiro como o pão
Nem que chovam picaretas
Hás-de cair, Rei-Milhão
Adeus, cidade do Porto
Adeus muros de Custóias
Cantando à chuva e ao vento
Andei a enganar as horas
Tenho mais de mil amigos
Aqui não me sinto só
Cantarei ao desafio
Ninguém tenha de mim dó
Ó meu Portugal formoso
Berço de latifundiários
Onde um primeiro ministro
Já manda a merda os operários
Já hoje muito maroto
Se diz revolucionário
E faz da bolsa do povo
Cofre-forte do bancário
Camaradas lá do Norte
Venham ao Sul passear
Cá nas nossas cooperativas
Há sempre mais um lugar
La merveille de la musique
La merveille de la musique
poema de Louis Aragon
música de Marcel Corneloup
La merveille de la musique est de n’être que mouvement,
C’est comme l’eau que l’on regarde
Et tout y bouge vaguement.
poema de Louis Aragon
música de Marcel Corneloup
La merveille de la musique est de n’être que mouvement,
C’est comme l’eau que l’on regarde
Et tout y bouge vaguement.
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