Gallo rojo, gallo negro
(Los dos gallos)
letra e música de Chicho Sánchez Ferlosio
(Canciones de la resistencia española, 1963)
terça-feira, 16 de abril de 2024
Gallo rojo, gallo negro
quarta-feira, 22 de novembro de 2023
Liberdade («O poema é»)
Liberdade («O poema é»)
Sophia de Mello Breyner Andresen, in "O Nome das Coisas"
A liberdade
Um poema não se programa
Porém a disciplina
— Sílaba por sílaba —
O acompanha
Sílaba por sílaba
O poema emerge
— Como se os deuses o dessem
O fazemos
Do que um homem é capaz
Do que um homem é capaz
letra e música de José Mário Branco
(da peça «Gulliver», de Swift/ Hélder Costa)
Do que um homem é capaz
As coisas que ele faz
Pra chegar aonde quer
É capaz de dar a vida
Pra levar de vencida
Uma razão de viver
Que vai sendo traçada
Sem nunca arrepiar caminho
Vai no sentido errado
A caminhar sozinho
Vai sendo consumida
Por miragens de poder
No meio dos destroços
Do que nunca hão de fazer
Co'as sobras do discurso
Que lhes serviu pr'abrir caminho
Usurpam regalias
Pra consumir sozinhos
Impõem essas metas
Que nos entram casa adentro
Co' a treta liberal
E as virtudes do centro
A lei da concorrência
Pisando tudo p'lo caminho
Mascaram de virtude
O querer vencer sozinho
Descendo cada vez mais
Pra subir cada vez menos
Mais acham que ser grande
É lixar os mais pequenos
Quando chegar ao fim
Vai ver que errou o seu caminho
No fim não sobra nada
E acaba-se sozinho
Tão fracos e gulosos
Que precisam do poder
Pra quem é indiferente
Passar a vida a morrer
Há sonhos e amores
Que sempre irão abrir caminho
À vida que há ao lado
Não vai morrer sozinho
À vida que há ao lado
Não vai viver sozinho
Propagande des chansons
PROPAGANDE DES CHANSONS
letra: Eugène
Pottier
música: Pedro Rodrigues
À Gustave Nadaud
Le
monde va changer de peau.
Misère, il fuit ton bagne.
Chacun
met cocarde au chapeau,
L’ornière et la montagne ;
Sac
au dos, bourrez vos caissons !
Entrez vite en
campagne,
Chansons !
Entrez vite en campagne !
Avec
vous, montant aux greniers,
Que l’espoir s’y hasarde !
Grabats
sans draps, pieds sans souliers,
Froid qui mord, pain qui
tarde :
On y meurt de bien des façons !…
Entrez
dans la mansarde,
Chansons !
Entrez dans la
mansarde !
Que le laboureur indigent
Voie à votre
lumière
Si la faulx des prêteurs d’argent
Tond ses blés la
première.
Mieux vaudrait la grêle aux moissons.
Entrez dans
la chaumière,
Chansons !
Entrez dans la chaumière !
Les
marchands sont notre embarras,
L’esprit démocratique
Tombe à
zéro, - souvent plus bas ! -
Chez l’homme qui
trafique.
Tirez du feu de ces glaçons !…
Entrez dans la
boutique,
Chansons !
Entrez dans la boutique !
On
vous prendra, dit le rusé,
Propriété, famille.
Le
propriétaire abusé
S’enferme et croit qu’on pille.
Pour
guérir ces colimaçons,
Entrez dans leur
coquille,
Chansons !
Entrez dans leur coquille !
En
paix, l’armée est un écrou
Dans la main qui gouverne,
Pour
serrer le carcan au cou
Du peuple sans giberne.
Cet écrou,
nous le dévissons…
Entrez dans la caserne,
Chansons !
Entrez
dans la caserne !
(Paris, 1848)
The seed you sow
The seed you sow
texto: excerto
de Men of England – a song, de Percy B. Shelley
música de Pedro Rodrigues e coro da Achada
[mi
maior]
The seed ye sow, another
reaps;
The wealth ye find,
another keeps;
The robes ye weave,
another wears;
The arms ye forge,
another bears.
Sow seed—but let no
tyrant reap:
Find wealth—let no
imposter heap:
Weave robes—let not the
idle wear:
Forge arms—in your
defence to bear.
[dito]
Have
ye leisure, comfort, calm,
Shelter, food, love’s
gentle balm?
Or what is it ye buy so
dear
With your pain and with
your fear?
[dito]
Tendes lazer, conforto, calma,
Abrigo, comida, o delicado bálsamo do amor?
Ou que é isso que pagais tão caro
Com a vossa dor e o vosso medo?
quarta-feira, 11 de outubro de 2023
Cantiga bailada
Cantiga bailada
(versão «As casas da Mouraria», letra de José Castro para a música de Brigada Victor Jara)
Adeus ó rua da fonte
(Eras tão bonita e eu já te não quero)
Calçadinha mal segura (x2)
Quando passa o meu amor
(Eras tão bonita...)
Não há pedra que não bula (x2)
Óló alarilolela Óló alariloló
Subia só p'ra te olhar
Mas hoje já não te encontro
Para onde foste morar
Óló alarilolela Óló alariloló
As casas da Mouraria
Hão de ter gente outra vez
Vivendo as suas vidas
Sem mágoas ao fim do mês
Óló alarilolela Óló alariloló
Óló alarilolela Óló alariloló
quinta-feira, 22 de junho de 2023
Cantiga de uma greve de Verão
Cantiga de uma greve de Verão
letra e música de Vitorino (1975)
Seara madura de Junho
Campos eternos sem fim
Abro o peito fecho o punho
Quando te inclinas para mim
No tamanho do horizonte
Desconfia e fica alerta
Do sorriso de boi manso
Do morgado arrogante
Chega-me a força cá dentro
Como a da espiga pró grão
Troco foice por espingarda
Porque má paga é que não
O sol está do nosso lado
Caçadeira atrás da porta
Queremos um Verão quente
Para a herdade do morgado.