Cabum!
Cânone inglês séc. XVI
(com nova letra inventada)
Cab'um, cabem dois
Cabem multidões
E mais três gigantes
e alguns anões
Toca à porta o elefante
Pousa a tromba no gigante
Ai, troliloliloli...
(E mais um gato)
segunda-feira, 12 de novembro de 2018
Quatro Coisas Quer o Amo
Quatro Coisas Quer o Amo
GAC - Grupo de Acção Cultural (1977)
Quatro coisas quer o amo
Ai quatro coisas quer o amo
Do criado que o serve (x2)
Deitar tarde e erguer cedo
Ai, deitar tarde e erguer cedo
Comer pouco e andar alegre
Já lá vai chuva e a noite
Ai, já lá vai chuva e a noite
Tristeza prá nosso amo
Ai, tristeza pró nosso amo
Que se acabou o dia
Já o sol se vai embora
Ai, já o sol se vai embora
Por detrás do cabecinho
´
Quem dera ao patrão atá-lo
Ai, quem dera ao patrão atá-lo
Na ponta de um nagalhinho
Se ele pudesse e bem quisera
Ai, se ele pudesse e bem quisera
Fazer o dia maior
Dar o nó na fita verde
Ai, dar o nó na fita verde
Pra que o sol se não pusesse
GAC - Grupo de Acção Cultural (1977)
Quatro coisas quer o amo
Ai quatro coisas quer o amo
Do criado que o serve (x2)
Deitar tarde e erguer cedo
Ai, deitar tarde e erguer cedo
Comer pouco e andar alegre
Já lá vai chuva e a noite
Ai, já lá vai chuva e a noite
Já la vem nossa alegria
Tristeza prá nosso amo
Ai, tristeza pró nosso amo
Que se acabou o dia
Já o sol se vai embora
Ai, já o sol se vai embora
Por detrás do cabecinho
´
Quem dera ao patrão atá-lo
Ai, quem dera ao patrão atá-lo
Na ponta de um nagalhinho
Se ele pudesse e bem quisera
Ai, se ele pudesse e bem quisera
Fazer o dia maior
Dar o nó na fita verde
Ai, dar o nó na fita verde
Pra que o sol se não pusesse
Farewell Johnny Miner
Farewell Johnny Miner
canção de Ed Pickford (1970)
Johnny Miner, you were born
Never to see the rising dawn
Now it's time that you were gone
Farewell Johnny Miner!
Refrão:
And farewell Durham, Yorkshire too
Nottingham, the same to you
Scotland, South Wales, bid Adieu
Farewell Johnny Miner
They've promised you the earth sometimes
To go down in their stinkin' mines
Now the justice for their crimes
Is Farewell, Johnny Miner!
You've struggled with the sliding scale
Lungs turned black & faces pale
Now your body's up for sale
Farewell Johnny Miner!
Cheer up John, don't take it hard
Unemployment isn't bad
They'll treat you well in the knackers' yard
Farewell Johnny Miner!
canção de Ed Pickford (1970)
Johnny Miner, you were born
Never to see the rising dawn
Now it's time that you were gone
Farewell Johnny Miner!
Refrão:
And farewell Durham, Yorkshire too
Nottingham, the same to you
Scotland, South Wales, bid Adieu
Farewell Johnny Miner
They've promised you the earth sometimes
To go down in their stinkin' mines
Now the justice for their crimes
Is Farewell, Johnny Miner!
You've struggled with the sliding scale
Lungs turned black & faces pale
Now your body's up for sale
Farewell Johnny Miner!
Cheer up John, don't take it hard
Unemployment isn't bad
They'll treat you well in the knackers' yard
Farewell Johnny Miner!
segunda-feira, 15 de outubro de 2018
Youkali
YOUKALI
Música de
Kurt Weil
Versão
portuguesa de Regina Guimarães
É ao cabo
do mundo
Que um
barco vagabundo
Vogando já
sem rumo
Acaso nos
conduz
Numa ilha
distante
Mora essa
voz amante
Que incita
o visitante
A mergulhar
na luz
Youkali é
o ilhéu dos nossos desejos
Youkali,
regaço onde nascem os beijos
Youkali é
onde acaba a nossa desolação
É na
escuridão um grande clarão
A estrela
cadente
Que é de
toda a gente
Em Youkali,
cada promessa será respeitada
Youkali,
onde cada paixão será partilhada
Cada
esperança
Nos
aproxima e nos fortalece
E a
liberdade
A cada
passo cresce e acontece
Youkali é
o ilhéu dos nossos desejos
Youkali,
regaço onde nascem os beijos
Se for um
sonho, uma loucura
Como viver
Sem
impostura?
Nesta vida
canina
Quem manda
é a rotina
E a gente
desatina
Buscando
alienação
Porém na
nossa mente
Resta um
sonho dormente
Uma fome
divina
De
emancipação
Youkali é
o ilhéu dos nossos desejos
Youkali,
regaço onde nascem os beijos
Youkali é
onde acaba a nossa desolação
É na
escuridão um grande clarão
A estrela
cadente
Que é de
toda a gente
Em Youkali,
cada promessa será respeitada
Youkali,
onde cada paixão será partilhada
Cada
esperança
Nos
aproxima e nos fortalece
E a
liberdade
A cada
passo cresce e acontece
Youkali é
o ilhéu dos nossos desejos
Youkali,
regaço onde nascem os beijos
Mas é um
sonho vivido aqui
Não existe
Um Youkali
sábado, 1 de setembro de 2018
Senhora se me dá licença
Senhora se me dá licença
canção popular de Janeiras
com versos novos de Diana Dionísio para Janeiro de 2018
Senhora se me dá
licença e dá
sua porta, eu cantar
Senhora se me dá
licença e eu
já vou a começar
Senhora se me dá
Um licranço azul
e um táche pró deitar
Senhora se me dá
estragão e o pau
da colher alcachofrar
Senhora ‘qui está
mezinhas pr’este
ano não coalhar
Senhora se me dá
medronho e é
que a sorte vai chegar
Senhora se me dá
o ancinho pró
banqueiro afastar
Senhora se me dá
regaço pr´á
alma não desmanchar
Senhora será
contente quem
daqui puder provar
Vai-t'embora iano feio
Vai-t'embora iano feio
canção de passagem de ano
letra de Diana Dionísio
Vai-t'embora iano feio
vai-t'embora iano feio
começaste bem bonito
começaste bem bonito
Mas Janus tem duas faces
mas Janus tem duas faces
e às vezes carrapito
e às vezes carrapito
pra melhor está bem
está bem
pra pior já basta
assim
Para o ano também há
para o ano também há
desemprego e FMI
desemprego e FMI
Mas para gritarmos juntos
mas para gritarmos juntos
encontramo-nos aqui
encontramo-nos aqui
pra melhor está bem
está bem
pra pior já basta
assim
Da lama do tempo imundo
da lama do tempo imundo
sairão laivos de cor
sairão laivos de cor
De mudar a nossa vida
de mudar a nossa vida
não me demito não senhor
não me demito não senhor
pra melhor está bem
está bem
pra pior já basta
assim
Faz falta sair de casa
faz falta sair de casa
ver outros olhos nas ruas
ver outros olhos nas ruas
Pôr as mãos a trabalhar
pôr as mãos a trabalhar
cozer as ideias cruas
cozer as ideias cruas
pra melhor está bem
está bem
pra pior já basta
assim
Sun cuntent de vess al mund
Sun cuntent de vess al mund
Do espectáculo “Ci ragiono e canto, vol. 1”, escrito por Dario
Fo em 1966 (versão da reposição em cena em
1977 pelo Collettivo teatrale La Comune)
Sun cuntent de vess al mund
da quand so che l'è rutund
alegher alegher
'me caminà sui veder
sui veder a pé biot
mentre i sciur i fan nagott.
alegher alegher
'me caminà sui veder
sui veder a pé biot
mentre i sciur i fan nagott.
FDP (Fizemos de propósito)
FDP (Fizemos de
propósito)
Canção do Coro da Achada em solidariedade com o Festival FDP (Faz, Discute, Participa) de 2012
Um fim de semana com concertos, comes e bebes, música gravada, convívio, animação e diversas actividades, em benefício dos detidos na sequência do despejo da Escola da Fontinha e de crítica à governação do presidente Rui Rio na Câmara Municipal do Porto.
Fazemos das palavras
Fábricas de protesto
Falamos da propriedade
Famintos desta parte
Fizemos depressa para
Fazer depender dos próprios
Ficámos de pé de
Frente dos poderosos
Faz discute
participa!
Fartos do poder
Fartos da polícia
Faz discute
participa!
Fome de pessoas e
Formas de partilha
Falsos deste país
Fabricam destinos podres
Fritos, desprezados, pobres
Frágeis, deserdados, precários
Fazemos diversos planos
Futuro dos putos
Fontinha, desejo público:
Fomos disso privados
Faz discute
participa!
Fartos do poder
Fartos da polícia
Faz discute
participa!
Fome de pessoas e
Formas de partilha
(dito: reggae)
Fazer dos pensamentos
Frutos de polpa fértil
Discutir pontos finais
Dissolver partituras
(ska!)
Fazemos das palavras
Fábricas de protesto
Formas de pensar
Formas de passar
Formas de partilhar
Formas de produzir
Formas de participar
Faz discute
participa!
Fartos do poder
Fartos da polícia
Faz discute
participa!
Fome das pessoas e
Formas de partilha
Faz, discute,
participa!
quarta-feira, 29 de agosto de 2018
Ah, o campo livre
Ah, o campo livre
letra e música de Pedro Rodrigues (2017)
ah
ah, o
campo livre, a sola firme
com a
linha longe no olhar
os teus
olhos na matilha
mas
cantando a nota impossível
sem cair
Katiusha
Katiusha (Ai, Katiusha!)
colagem de canção russa Katiusha/ italiana Fischia il vento/ nova letra portuguesa de coro da Achada
Rastvitali yablani i grushi
Paplyli tumani nad rikoy
Vykhadila na byerik katyusha
Na vysoky byerik na krutoy
Vykhadila, pessnhu zavadila
Pra stipnova sizava arla
Pra tavo katorava lyubila
Pra tavo tchi pisma birigla
Fischia il vento urla la
bufera
scarpe rotte e pur bisogna andar
a conquistare la rossa primavera
dove sorge il sol dell'avvenir
scarpe rotte e pur bisogna andar
a conquistare la rossa primavera
dove sorge il sol dell'avvenir
Se ci coglie la crudele
morte,
dura vendetta verrà dal partigian;
ormai sicura è già la dura sorte
del fascista vile e traditor.
dura vendetta verrà dal partigian;
ormai sicura è già la dura sorte
del fascista vile e traditor.
E chegada à última fronteira
onde a terra parecia acabar
fez das botas asas e
barbatanas
fez-se ao mar, aprendeu a
voar
Sopra o vento, grita a
tempestade
o pé descalço há de caminhar
gira a terra revolta o
universo
ai, Katiusha, não basta
sonhar!
Ódios de estimação
Ódios de estimação
música
de My favourite things
As
armas e barões empertigados
Bolsas
e juros, regresso aos mercados
Ver na
sanita que não há papel
Cinismo
doce, mentiras de mel
Meninos
armados ao pingarelho
Lantejoulas
no tapete vermelho
Todo
este filme excepto esta canção
Estes
são meus ódios de estimação
Fachos
e nabo e motos de água
Lobos
do homem, hienas de farda
Vidas
que sabem a favas contadas
Dedos
em riste, golas empinadas
Muros
e melgas e despertadores
Trinta
painéis de comentadores
Queixinhas,
bufos e aldrabões
Multas,
castigos e repreensões
Ter
muita fome e não ter almoço
Subir
na vida com jipes de bolso
Marialvas
e caga-na-saquinha
Os
coldeplay e a bossa velhinha
Excesso
de anis, cerimónias de Estado
Quem
vê o caldo sempre entornado
Todo
este filme excepto esta canção
Estes
são meus ódios de estimação
Isto e
aquilo, talvez um bocado
Mais
aqueloutro e a coisa do lado
Todos
e tudo e mais ninguém
Tenho
a certeza e/ou não sei bem
Mas às
tantas
Sem
pachorra
Quase
a rebentar
Conto
até dez e começo a cantar...
Tudo o
que eu hei de amar
O milagre de Fátima
O milagre de Fátima
Xutos e Pontapés, álbum «Puro» (2014)
Aaaaaa...
Que se cante o fado
Que se louve a saudade
Este país quer mais futebol
Aaaaaa...
Que se ponha a mesa
Na casa portuguesa
Há que iscar bem o anzol
Assina aqui, é pró milagre de Fátima
Com sorte ainda te calha uma beca
A virgem paira sobre a tua cabeça
Felicidade é consequência directa
Pega na vela, é vê-la a acender
Derrete a cera e torna a vender
Ninguém pára a irmã Lúcia
Ninguém pára a irmã Lúcia
Oh Eh
Ninguém pára a irmã Lúcia
Ninguém pára a irmã Lúcia
Oh Eh
Ô-ô-ô-ô (x3)
Que se lixe a taça
Que é de lata
Tu queres é que eu adormeça
Aaaaaa...
Que se pague a conta
Que se roubem os velhos
A malta aqui é de confiança
Assina aqui, é pró milagre de Fátima
Com sorte ainda te calha uma beca
A virgem paira sobre a tua cabeça
Felicidade é consequência directa
Pega na vela e torna a acender
Derrete a cera e torna a vender
Ninguém pára a irmã Lúcia
Ninguém pára a irmã Lúcia
Oh Eh
Ninguém pára a irmã Lúcia
Ninguém pára a irmã Lúcia
Oh Eh
Ô
- ô - ô
Que se cante o fado
Que se louve a saudade
Este país quer mais futebol
Aaaaaa...
' Que nada se passe
' A não ser a fome
E que o país não se apodreça
Assina aqui, é pró milagre de Fátima
Com sorte ainda te calha uma beca
A virgem paira sobre a tua cabeça
Felicidade é consequência directa
Pega na vela e torna a acender
Derrete a cera e torna a vender
Ninguém pára a irmã Lúcia
Ninguém pára a irmã Lúcia
Oh Eh
Ninguém pára a irmã Lúcia
Ninguém pára a irmã Lúcia
Oh Eh
Ninguém pára a irmã Lúcia
Ninguém pára a irmã Lúcia
Oh Eh
Ninguém pára a irmã Lúcia
Ninguém pára a irmã Lúcia
Oh Eh
sexta-feira, 3 de agosto de 2018
Nos faltan 43
Nos faltan 43
música: «La llorona»
letra criada para manifestação no México
em protesto pelo desaparecimento de 43 estudantes (2014)
Nos faltan cuarenta y tres
Este gobierno corrupto, señores
Nos quiere desaparecer
El pueblo camina junto, queremos
A Mexico despertar
Desde Tijuana hasta Chiapas, señores
La lucha es contra el poder
Le Narcisse et la Jonquille
Le Narcisse et la Jonquille
poema de Robert Desnos (de Chantefleurs, 1952)
tradução portuguesa: João Rodrigues
música: PR e coro da Achada (Setembro 2017)
Es-tu narcisse ou jonquille ?
Es-tu garçon, es-tu fille ?
Je suis lui et je suis elle,
Je suis narcisse et jonquille,
Je suis fleur et je suis belle
Fille.
És narciso ou margarida?
És rapaz ou rapariga?
Eu sou ele e eu sou ela
Sou narciso e margarida
Sou flor e sou uma bela
Amiga.
poema de Robert Desnos (de Chantefleurs, 1952)
tradução portuguesa: João Rodrigues
música: PR e coro da Achada (Setembro 2017)
Es-tu narcisse ou jonquille ?
Es-tu garçon, es-tu fille ?
Je suis lui et je suis elle,
Je suis narcisse et jonquille,
Je suis fleur et je suis belle
Fille.
És narciso ou margarida?
És rapaz ou rapariga?
Eu sou ele e eu sou ela
Sou narciso e margarida
Sou flor e sou uma bela
Amiga.
As mãos
As mãos
poema de Ângelo Teixeira
música: PR e coro da Achada
MamamamamaMãos
Xxxxxxxxxxxxxxxx
As mãos são o acto
Transacto
Do nosso tacto
As mãos são o jeito
O gesto
O efeito
As mãos são o estudo
O esboço
O conteúdo
As mãos são a régua
O esquadro
E a função
As mãos são a arte
Que parte
Na procura de alguém
As mãos são a impressão
Que digitaliza o corpo
sssssssssssssssssssssssssssss
Uma espécie de rato
Que cria espaços de procura
ssssssssssssssssssssssssssssss
As mãos computam a dor
E registam os valores das suas tensões
As mãos são o crédito das nossas obrigações
As mãos são as armas da nossa acreditação
Das mãos nasce o suor
O sumário
A lição
poema de Ângelo Teixeira
música: PR e coro da Achada
MamamamamaMãos
Xxxxxxxxxxxxxxxx
As mãos são o acto
Transacto
Do nosso tacto
As mãos são o jeito
O gesto
O efeito
As mãos são o estudo
O esboço
O conteúdo
As mãos são a régua
O esquadro
E a função
As mãos são a arte
Que parte
Na procura de alguém
As mãos são a impressão
Que digitaliza o corpo
sssssssssssssssssssssssssssss
Uma espécie de rato
Que cria espaços de procura
ssssssssssssssssssssssssssssss
As mãos computam a dor
E registam os valores das suas tensões
As mãos são o crédito das nossas obrigações
As mãos são as armas da nossa acreditação
Das mãos nasce o suor
O sumário
A lição
3x3
3x3
(assobio)
São mais
São mais
(também conhecida por Dezoitadividirpordois)
música: «Libiamo, ne’ lieti calici» de Giuseppe Verdi (La Traviata)
letra de Pedro Rodrigues e Susana Baeta
canção feita para o 9.º aniversário do coro da Achada
São mais
do que oito
e menos de 10
3 vezes 3
12 menos 3
dezoitadividirpordois
À quarta
na Achada
depois do jantar
as canções
as revoluções
vêm ensaiar
Greves atravessando pontes de ferro
Roletas de casino e dom dinheiro
Milhões que não são para o mundo inteiro
E freiras a debulhar arame farpado
São mais
do que oito
e menos de 10
3 vezes 3
12 menos 3
dezoitadividirpordois
À quarta
na Achada
depois do jantar
as canções
as revoluções
vêm ensaiar
Cidades empurradas para trigais
Banqueiros por entre campos de papoilas
Guindastes a conversar e 1 cheirinho a erva
E a Maria Luísa não quer ser serva
São mais
do que oito
e menos de 10
3 vezes 3
12 menos 3
dezoitadividirpordois
À quarta
na Achada
depois do jantar
as canções
as revoluções
vêm ensaiar
A Dulcineia mora em Little Boxes
E um belo jovem à espreita na chaminé
Diz-me lá se achas que isto é normali
Não cabe esta confusão na internacionali
(assobio)
São mais
do que oito
e menos de 10
3 vezes 3
12 menos 3
dezoitadividirpordois
À quarta
na Achada
depois do jantar
as canções
as revoluções
vêm ensaiar
São mais
do que oito
e menos de 10
3 vezes 3
12 menos 3
dezoitadividirpordois
À quarta
na Achada
depois do jantar
as canções
as revoluções
vêm pra ficar
quinta-feira, 2 de agosto de 2018
Inventei só isto p'ra aquecermos
Inventei só isto p'ra aquecermos
(cânone a 4)
Inventei só isto p'ra aquecermos
e até dá pra fazer um cânone assim
o verso que se segue é do Bocage:
«o vento não se mexe, nem respira»
(cânone a 4)
Inventei só isto p'ra aquecermos
e até dá pra fazer um cânone assim
o verso que se segue é do Bocage:
«o vento não se mexe, nem respira»
Venho de baixo
Venho de baixo
(cânone a 4 vozes)
Venho de baixo e venho p'ra cantar
Acho que venho cantar o que apanho
Venho lá de cima e venho p'ra descer
Daqui não saio, com este sol (x2)
(cânone a 4 vozes)
Venho de baixo e venho p'ra cantar
Acho que venho cantar o que apanho
Venho lá de cima e venho p'ra descer
Daqui não saio, com este sol (x2)
Canção dos marinheiros dos bolsos vazios
Canção dos marinheiros dos bolsos vazios
música de «Drunken Sailor»
letra de Diana Dionísio
Qu’é que a gente faz
de bolsos vazios
-
logo de manhã?
Cantamos na rua
e incomodamos
-
logo de manhã
Qu’é que a gente faz
pra beber um copo
-
logo de manhã?
Até lemos a sina
à cigana
-
logo de manhã
Vai vem
eh lá, safados!
-
logo de manhã
Qu’é que a gente faz
com a nossa fome
-
logo de manhã?
Pegamos numa pedra
fazemos uma sopa
-
logo de manhã
Qu’é que a gente faz
com a renda da casa
-
logo de manhã?
Vamos pô-la ao sol
ai, a ver se encolhe
-
logo de manhã
Vai vem
eh lá, safados!
-
logo de manhã
Qu’é que a gente faz
se não tem tabaco
-
logo de manhã?
Cravamos um por um
até ter um maço
-
logo de manhã
Qu’é que a gente faz
se pedem bilhete
-
logo de manhã?
Passamos entre a
chuva
Somos invisíveis
-
logo de manhã
Vai vem
eh lá, safados!
-
logo de manhã
Qu’é que a gente faz
com a multa do carro
-
logo de manhã?
É fazer barquinhos
de papel
-
logo de manhã
Qu’é que a gente faz
de bolsos vazios
-
logo de manhã?
Cantamos na rua
e incomodamos
-
logo de manhã
Vai vem
eh lá, safados!
-
logo de manhã
Original Drunken Sailor
What will we do with a drunken sailor?
What will we do with a drunken sailor?
What will we do with a drunken sailor?
Early in the morning
What will we do with a drunken sailor?
Early in the morning
Way hay and up she rises...
Shave his belly with a rusty razor
Way hay and up she rises...
Put him in a long boat till he's sober
Way hay and up she rises...
Stick him in a barrel with a hosepipe on
him
Way hay and up she rises...
Put him in the bed with the captain's daughter
Way hay and up she rises...
That's what we do with a drunken sailor
Way hay and up she rises...
A-A-E-I-O
A-A-E-I-O
letra e música de Sérgio Godinho
(álbum Sobreviventes, de 1971)
arranjo de Diana Dionísio
A-A-E-I-O vai para a neta o que foi d´ávó
A-A-E-I-O vai para a neta o que foi d´ávó
A vida de quem anda
às ordens de quem manda
já cheira que tresanda
não anda nem desanda
não anda nem desanda
não anda nem desanda
A vida de quem cresce
a pensar que a merece
não esquenta nem aquece
nem sequer arrefece
nem sequer arrefece
nem sequer arrefece
(A-A-E-I-O...)
(A vida de quem anda...)
A vida de quem chora
à espera duma aurora
que leve a noite embora
bem perde pla demora
bem perde pla demora
bem perde pla demora
(A-A-E-I-O...)
(A vida de quem anda...)
A vida de quem cata
pulgas numa barata
é tão longa e tão chata
não ata nem desata
não ata nem desata
não ata nem desata
(A-A-E-I-O...)
A-A-E-I-O bate na neta quem bateu n´ávó
A-A-E-I-O bate na neta quem bateu n´ávó
A-A-E-E-I bate na neta quem bateu em ti
A-A-E-E-I bate na neta quem bateu em ti
A-E-I-O-U s´a canção não t´agrada, mete-a no...
letra e música de Sérgio Godinho
(álbum Sobreviventes, de 1971)
arranjo de Diana Dionísio
A-A-E-I-O vai para a neta o que foi d´ávó
A-A-E-I-O vai para a neta o que foi d´ávó
A vida de quem anda
às ordens de quem manda
já cheira que tresanda
não anda nem desanda
não anda nem desanda
não anda nem desanda
A vida de quem cresce
a pensar que a merece
não esquenta nem aquece
nem sequer arrefece
nem sequer arrefece
nem sequer arrefece
(A-A-E-I-O...)
(A vida de quem anda...)
A vida de quem chora
à espera duma aurora
que leve a noite embora
bem perde pla demora
bem perde pla demora
bem perde pla demora
(A-A-E-I-O...)
(A vida de quem anda...)
A vida de quem cata
pulgas numa barata
é tão longa e tão chata
não ata nem desata
não ata nem desata
não ata nem desata
(A-A-E-I-O...)
A-A-E-I-O bate na neta quem bateu n´ávó
A-A-E-I-O bate na neta quem bateu n´ávó
A-A-E-E-I bate na neta quem bateu em ti
A-A-E-E-I bate na neta quem bateu em ti
A-E-I-O-U s´a canção não t´agrada, mete-a no...
Y arriba quemando el sol
Y arriba quemando el sol
(Violeta Parra)
Cuando fui para la pampa
Llevaba mi corazón
Contento como u chirihue
Pero allá se me murió,
Primero perdí las plumas
Y luego perdí la voz
Y arriba quemando el sol
Cuando ví de los mineros
Dentro de su habitación
Me dije mejor habita en
Su concha el caracol,
O a la sombra de las leyes
El refinado ladrón,
Y arriba quemando el sol
Las hileras de casuchas
Frente a frente, si señor,
Las hileras de mujeres
Frente al único pilón
Cada una con su balde,
Y con su cara de aflicción,
Y arriba quemando el sol
Si alguien dice que yo sueño
Cuento de ponderación
Digo que esto pasa en chuqui
Pero en santa juana es peor.
El minero ya no sabe
Lo que vale su sudor,
Y arriba quemando el sol
Me volví para santiago
Sin comprender el color
Con que pintan la noticia
Cuando el pobre dice no
Abajo la noche oscura
Oro, sangre y carbón,
Y arriba quemando el sol
(Violeta Parra)
Cuando fui para la pampa
Llevaba mi corazón
Contento como u chirihue
Pero allá se me murió,
Primero perdí las plumas
Y luego perdí la voz
Y arriba quemando el sol
Cuando ví de los mineros
Dentro de su habitación
Me dije mejor habita en
Su concha el caracol,
O a la sombra de las leyes
El refinado ladrón,
Y arriba quemando el sol
Las hileras de casuchas
Frente a frente, si señor,
Las hileras de mujeres
Frente al único pilón
Cada una con su balde,
Y con su cara de aflicción,
Y arriba quemando el sol
Si alguien dice que yo sueño
Cuento de ponderación
Digo que esto pasa en chuqui
Pero en santa juana es peor.
El minero ya no sabe
Lo que vale su sudor,
Y arriba quemando el sol
Me volví para santiago
Sin comprender el color
Con que pintan la noticia
Cuando el pobre dice no
Abajo la noche oscura
Oro, sangre y carbón,
Y arriba quemando el sol
Ai as casas!
Ai as casas!
música: "El exercito del Ebro"
letra colectiva criada na oficina «Do instrumento à canção»
(Casa da Achada, Junho de 2018)
Na cidade há tubarões
Põe-te no olho da rua já
E manda a lei dos cifrões
Ai as casas! Ai as casas!
Têm fome de betão
Põe-te no olho da rua já
E nós cama de cartão
Ai as casas! Ai as casas!
Quem está fora e quem está dentro?
Põe-te no olho da rua já
Se o graveto está no centro
Ai as casas! Ai as casas!
Ontem éramos cinquenta
Põe-te no olho da rua já
Hoje já ninguém se aguenta
Ai as casas! Ai as casas!
Um T0 vira hotel
Põe-te no olho da rua já
Cobra ao dia rende mais
Ai as casas! Ai as casas!
Um T1 no rés do chão
Põe-te no olho da rua já
Limpinho vale um milhão
Ai as casas! Ai as casas!
Da igreja ao bordel
Põe-te no olho da rua já
Tudo vai virar hostel
Ai as casas! Ai as casas!
Um quartinho p'rós camones
Põe-te no olho da rua já
E o avê que ponha os fones
Ai as casas! Ai as casas!
Foi-se o Zé e a Maria
Põe-te no olho da rua já
Foram morar com a tia
Ai as casas! Ai as casas!
Na calçada rolam malas
Põe-te no olho da rua já
Cala-se o coro das falas
Ai as casas! Ai as casas!
Já que me mandam p'rá lua
Põe-te no olho da rua já
Ninguém me tira da rua
Ai as casas! Ai as casas!
música: "El exercito del Ebro"
letra colectiva criada na oficina «Do instrumento à canção»
(Casa da Achada, Junho de 2018)
Na cidade há tubarões
Põe-te no olho da rua já
E manda a lei dos cifrões
Ai as casas! Ai as casas!
Têm fome de betão
Põe-te no olho da rua já
E nós cama de cartão
Ai as casas! Ai as casas!
Quem está fora e quem está dentro?
Põe-te no olho da rua já
Se o graveto está no centro
Ai as casas! Ai as casas!
Ontem éramos cinquenta
Põe-te no olho da rua já
Hoje já ninguém se aguenta
Ai as casas! Ai as casas!
Um T0 vira hotel
Põe-te no olho da rua já
Cobra ao dia rende mais
Ai as casas! Ai as casas!
Um T1 no rés do chão
Põe-te no olho da rua já
Limpinho vale um milhão
Ai as casas! Ai as casas!
Da igreja ao bordel
Põe-te no olho da rua já
Tudo vai virar hostel
Ai as casas! Ai as casas!
Um quartinho p'rós camones
Põe-te no olho da rua já
E o avê que ponha os fones
Ai as casas! Ai as casas!
Foi-se o Zé e a Maria
Põe-te no olho da rua já
Foram morar com a tia
Ai as casas! Ai as casas!
Na calçada rolam malas
Põe-te no olho da rua já
Cala-se o coro das falas
Ai as casas! Ai as casas!
Já que me mandam p'rá lua
Põe-te no olho da rua já
Ninguém me tira da rua
Ai as casas! Ai as casas!
Massa crítica
Massa crítica
letra de Manuela Torres
(publicada no Euroxuto 2004, edição Abril em Maio)
música criada na oficina «Do instrumento à canção»
(Casa da Achada, Junho 2018)
Este mundo é uma bola
que rebola, rola e rola
mas enquanto assim rebola
muita gente se amola.
Se isto é assim ou não é
bem pode dizê-lo o Zé.
E melhor do que ninguém!
Pois nunca tem um vintém...
Mas o Zé toca viola
porque sempre teve fé
no treze do totobola.
Cá pr'a nós (se dão licença)
a seguir ao dia oito
só tinha o Zé na despensa
três batatas e um biscoito.
E ainda por cima a Lola
queria por força uma estola...
Desesperado, o Zé já pensa
em dar um tiro na tola.
Mas por fim guarda a pistola.
Porque não tocar viola
se ainda há o totobola?
Sempre o Zé foi mau estudante
e cedo largou a escola.
Fuma agora o seu paivante
descuidado e bem estarola.
Mas ei-lo homem "de letras"
(nem pode viver sem elas)
todo cheio de aflições
e muitas, muitas cautelas.
Já empenhou a viola
e pensa, com os seus botões,
no treze do totobola.
Que não sai, puta de vida!
e o Zé descrê e medita...
Mas lá vai pagando a quota
do clube todo janota
com gestores, gente da nota
e o Zé que nada tem...
Nem sequer tem a viola
nem joga no totobola.
Já só segue na têvê
os que são donos da bola
E o Zé é dono de quê?
letra de Manuela Torres
(publicada no Euroxuto 2004, edição Abril em Maio)
música criada na oficina «Do instrumento à canção»
(Casa da Achada, Junho 2018)
Este mundo é uma bola
que rebola, rola e rola
mas enquanto assim rebola
muita gente se amola.
Se isto é assim ou não é
bem pode dizê-lo o Zé.
E melhor do que ninguém!
Pois nunca tem um vintém...
Mas o Zé toca viola
porque sempre teve fé
no treze do totobola.
Cá pr'a nós (se dão licença)
a seguir ao dia oito
só tinha o Zé na despensa
três batatas e um biscoito.
E ainda por cima a Lola
queria por força uma estola...
Desesperado, o Zé já pensa
em dar um tiro na tola.
Mas por fim guarda a pistola.
Porque não tocar viola
se ainda há o totobola?
Sempre o Zé foi mau estudante
e cedo largou a escola.
Fuma agora o seu paivante
descuidado e bem estarola.
Mas ei-lo homem "de letras"
(nem pode viver sem elas)
todo cheio de aflições
e muitas, muitas cautelas.
Já empenhou a viola
e pensa, com os seus botões,
no treze do totobola.
Que não sai, puta de vida!
e o Zé descrê e medita...
Mas lá vai pagando a quota
do clube todo janota
com gestores, gente da nota
e o Zé que nada tem...
Nem sequer tem a viola
nem joga no totobola.
Já só segue na têvê
os que são donos da bola
E o Zé é dono de quê?
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