Letras

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Só ouve o brado da terra

José Afonso
álbum Coro dos Tribunais, 1974

Só ouve o brado da terra
Quem dentro dela veio a nascer
Agora é que pinta o bago
Agora é qu'isto vai aquecer


Cala-te ó clarim da morte
Que a tua sorte não hei-de eu querer
Mal haja a noite assassina
E quem domina sem nos vencer

(lalala)

Cobrem-se os campos de gelo
Já não se ouve o galo cantor
Andam os lobos à solta
Pega no teu cajado, pastor

Homem de costas vergadas
De unhas cravadas na pele a arder
É minha a tua canseira
Mas há quem queira ver-te sofrer

(lalala)

Anda ver o Deus banqueiro
Que engana à hora e que rouba ao mês
Há milhões no mundo inteiro
O galinheiro é de dois ou três

Só ouve o brado da terra
Quem dentro dela veio a nascer