Letras

sábado, 8 de novembro de 2014

Águas paradas não movem moinhos

Letra: José Mário Branco a partir de Bertold Brecht
Música: José Mário Branco para o espectáculo A Mãe de A Comuna-Teatro de Pesquisa (1978)


Se te falta a sopa para o prato
Se te falta a sopa para o prato
Como é que pensas comer?
Como é que pensas comer
Se te falta a sopa para o prato

Esta vida eu a renego
Vou virar o bico ao prego
Debaixo da minha fome
É o Estado que se encobre
Pr'á sopa do meu menino
Águas paradas
não movem moinhos

Se o patrão não te dá trabalho
Se o patrão não te dá trabalho
Onde é que está o salário?
Onde é que está o salário
Se o patrão não te dá trabalho?

Pr'acabar com'o desemprego
Vou virar o bico ao prego
Andamos pr'aqui aflitos
Porque o governo é dos ricos
Põe a miséria a render
Águas paradas
não movem moinhos

Os fortes riem dos fracos
Os fortes riem dos fracos
O que é que vais responder?
O que é que vais responder
Se os fortes riem dos fracos

Na unidade é qu'eu pego
Pr'a virar o bico ao prego
Milhões de trabalhadores
São a força que tu fores
Anda pr'á luta comigo
Águas paradas não
movem moinhos