«O designado «Hino de Caxias», criado nos inícios da década de 50, terá resultado da colaboração de diversos presos na prisão, designadamente Vasco Costa Marques, Humberto Lopes, Aurélio Santos, Carlos Aboim Inglês, Carlos Costa e Rolando Verdial.»
Interpretação do Coro da Achada para a exposição «A Voz das Vítimas» em 2011.
Ouço ruírem os muros
Quebrarem-se as grades de ferro
da nossa prisão
Treme carrasco que a morte te espera
Na aurora de fogo da libertação
Longos corredores nas trevas percorremos
Sob o olhar feroz dos carcereiros
Mas nem a luz dos olhos que perdemos
Nos faz perder a fé nos companheiros
Vá camarada mais um passo
Que já uma estrela se levanta
Cada fio de vontade são dois braços
E cada braço uma alavanca
Como da noite irrompe a madrugada
Como uma flor rasgando o chão da escória
A nossa voz nas celas soterrada
Já traz em si o canto da vitória
Vá camarada mais um passo
Que já uma estrela se levanta
Cada fio de vontade são dois braços
E cada braço uma alavanca
Podem rasgar meu corpo à chicotada
Podem calar meu grito enrouquecido
Que pra viver de alma ajoelhada
Vale bem mais morrer de rosto erguido
Vá camarada mais um passo
Que já uma estrela se levanta
Cada fio de vontade são dois braços
E cada braço uma alavanca